No cruzamento das avenidas Manuel da Maia e do México, uma mulher interpelou-me. Idosa, de louros canudos e azuis olhos, queria ir até à Gomes Freire e a dúvida era se naquele sentido (avenida do México) ia bem. Ora, como a vi com muita idade, depois do 'sim' que dei como resposta adiantei que era longe. Não vi correspondida a minha simpatia porque me respondeu impaciente que só queria saber se ia bem por ali, que o médico até a tinha mandado andar, portanto ser longe não fazia mal nenhum. Respondi que 'sim, por aí vai bem, força nisso' e segui com a minha vida.
Este episódio trouxe duas questões:
ensinou-me que o ar angelical de louros canudos e azuis olhos podem não coexistir com a benevolência
aprofundou um propósito que por vezes perco de vista e que se chama 'ter paciência para as particularidades da minha mãe'
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