Uns mandam-me à merda em russo, ou noutra língua qualquer, sei lá, outros são duma amabilidade incrível:
'Ah, ora essa, obrigado pela sua paciência.'
A minha paciência, oh céus, era a agradecer a minha paciência. Paciência tenho eu de ter, tão mais, para ouvir mandarem-me à merda em russo, ou outra língua qualquer, sei lá, e manter-me serena.
Ligou uma senhora que aquando da introdução ao diálogo me mandou esta pergunta:
Olhe, eu estou a falar duma drogaria?
Devia ser antes 'ouça', não é. É. Mas a piada não está aí, a piada está na resposta pronta - e se eu a tinha pronta... - que contive na minha cabeça, a qual seria, obviamente, esta:
Não, minha senhora, eu é que estou!
Mas não. Oh céus, não fui capaz, reprimi a tal da espontaneiade.
Vem com uma garrafinha de refrigerante daqueles que incha que se farta se ingerido à farta. Ou mesmo que poucochinho, incha e pronto. A garrafinha verde, os restos de cola devido ao rótulo que foi retirado, o papelinho lá colado que diz, em podendo ler-se, diluente. Tudo isso, o que vejo. A garrafinha verde é para comprar um bocadinhho de diluente e portanto vem vazia. Avulso. Ah ah. Há décadas que não se vende produtos químicos avulso. Não vou entrar em pormenores de logística, mas é proibido vender, e comprar, avulso há montes de tempo. Mas a piada está no seguinte: o cliente queria o diluente para retirar restos de cola dum lugar qualquer lá em casa... E vinha com uma garrafinha onde abundavam restos de cola.
Trazia uma bicha de chuveiro para amostra. Tudo bem, ora essa, então pois, assim é que é. Mas é que lá dentro vinha também uma folha de alface muito murchinha e toda estropiada. Com o 'mostre lá a ver se a bicha dá' ficaram uns bocadinhos verde-murcho em cima do balcão, os quais não me serviram se não para registar uma ideia.
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