Recolhi do chão uma flor que para ali caíra. É uma daquelas que se enrola todinha sobre si mesma, mas que em estando aberta parece uma jarra, de cujo centro, assim lá no fundo, lhe cresce uns pés, uns veios, vá, assim para o fininho, tão fininhos que não sei como aguentam as bolinhas nas pontas, mas pronto. Então, que querem, a Natureza é diversa e irredutível, tudo bem, mas a gente esmiuçando coisas logo encontra o que dizer, e escavando as coisas encontramos a frase que diz que todos desejamos e fazemos as mesmas coisas e tal e tal. São todos iguais, os cernes. Mas dizia eu da flor murcha, recolhi-a e coloquei-a dentro dum dos bolsos da mala, esperando o tempo de fotografá-la e de falá-la, seria tudo posto aqui no blogue com muita importância. Quero dizer: o pôr é que era posto com importância, o blogue tem também importância, mas agora é para pô-la no pôr. Mas não pus. Não, nada, ora essa, falá-la foi agora. Falta porém fotografá-la, é que a flor... eh pá, sei lá, desapareceu. Sério, não estou a brincar, não há ironia agora, não sei como escapuliu de dentro dum dos bolsos da minha mala uma flor murcha, portanto: morta. Bem, às tantas, como sou desmemoriada em certos pormenores, deitei-a fora. Mas não me lembro de o ter feito. É que não me lembro. Sou desmemoriada mas como dou uma importância desmesurada – também - a pormenores deste tipo, devia lembrar-me. Tinha de.
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