terça-feira, 31 de agosto de 2021

Cadeado

O meu colega encontrou uma velha chave que identifiquei como pertencendo ao cadeado que, embora alojado na porta do estaminé, não tem uso algum. É uma coisa inútil mas presente e, se a considero presente, é porque fazia barulho todas as vezes que se abria ou fechava o estaminé, porque era preciso movê-lo para um lado, ou então para o outro, e em qualquer dos casoso ouvia-se o característico barulho de metal contra metal. Ora, o meu colega, uma vez encontrada a chave, achou melhor retirar o dito cadeado, cujo poiso tinha décadas de inutilidade. Discordei vivamente dessa retirada, aleguei que sentiríamos a falta do barulho metálico, que a rua inteira percebe quando chegamos ou vamos embora à conta disso, que decerto são reações do tipo pavloviano, é uma marca da casa (da! Casa), é uma imagem e uma presença distintivas e blás e mais blás. Ele não quis saber e retirou o cadeado na mesma. Argumentos, tive-os à bruta, persuasão é que, pronto, pá, não. Au eva, nesse dia, na hora de fechar, confessou-me que sentia a falta do barulho, mas não voltou atrás. 

Trabalhinho

Estive num trabalhinho de ourives. Tratou-se então de enfiar uma serra de sabre na sua caixa. Vou em vinte e oito anos de balcão, já bastas vezes tive esta tarefa em mãos, e ainda não me dou bem com tal coisa. Quero dizer: eu enfiar, enfiei, mas deixei duas badanas, sendo que ao todo são quatro, e deixar metade do trabalho por fazer é uma coisa sem jeito nenhum.

Bom negócio

Um cliente iniciou uma catrefada de pedidos com um «do you have...?». Em todos aconteceu um «yes!» da minha parte, o que foi bom para o negócio.

Lisboa, Lisboa

Cruzei-me com o Usher, o homem da garganta que (diz que) atinge três oitavas de notas musicais. Isto é coisa semanal, está visto. Falo dos cruzamentos, que já na semana passada coiso.

O velho estaminé

Naquele dia tirei fotos. Antes havia perguntado, não só se podia fotografar, como publicar e foi-me dito que sim. Fotografei os cantos e lembrei-me de fazer o exercício de quais artigos ou coisas estavam aí, aquando do meu tempo. O desenvolvimento estará então abaixo de cada foto.


Um pouco abaixo do último aro quadrado, ficava o contador da água. Para lhe aceder abria-se uma portinhola com um espelho incorporado. Não sei o porquê de um espelho aí mas era o que era. Era, também e isso sei eu, onde ia ver se não teria cabelos no ar antes de iniciar a gravação de um vídeo. Nesse tempo não era com o telefone que gravava, usava a máquina que, aqui no blogue, sempre me referi como sendo a máquina fotográfica montes de espectacular (às vezes acrescentava 'que por acaso, oh vejam lá, também filma'), porque na altura era mesmo espectacular. Quero dizer, para mim era. Tudo o que é parede acima dos aros quadrados estava preenchido por lâmpadas de toda a espécie e mais alguma. Tenho ainda, aqui, neste estaminé, alguns monos, coisas que ninguém se lembrará de vir comprar. Tudo o que é parede abaixo tinha rolhas de cortiça deste tamanho e daquele e do outro também, para engarrafar à mão e, ou, à máquina. No sítio em que a madeira está a fazer de parede havia desde vedante de perfil a reparadores de móveis, óleo de cedro, spray limpador de móveis, passando por graxas e autobrilhantes para sapatos e lamparinas para fondue, abraçadeiras com parafuso e... chaves (em bruto)! Ah, era bem próximo a este canto que estava posicionado o computador onde redigi a grande maioria dos posts que apareceram nos meus blogues ao longo dos anos (três blogues, este incluído). 


Na parte de baixo este canto continha:
(opto por listinha, é mais fácil de entender)
gavetas com acessórios para panelas de pressão (punhos, asas, parafusos, selos, borrachas, válvulas, apitos)
etiquetas e argolas para chaves, porta-chaves, mosquetões, elos
escovas para calçado e para fato e para lavar chão, rolos adesivos para retirar pêlos da roupa Já na parte de cima, pois que continha:
sapateiras daquelas à moda antiga, com bolsas
coberturas para tábuas de passar a ferro
palmilhas de cortiça e de esponja
toda a sorte de insecticidas e algumas sortes de produtos químicos fora de batalha
ganchos para expositor, rolos para impressora e etiquetadora


Este aqui já é um canto diferente, no lado direito apoiava-se uma das montras do velho estaminé, e montra pressupõe rotatividade. Podia eu lembrar-me que merdices é que as montras continham quando comecei com esta demanda de desmanchar o velho estaminé? Podia. Só que não malembra, tampouco fiz esse registo. Se podia tê-lo feito? Podia. Só que não malembrei de o fazer. No lado esquerdo eram guardados artigos e materiais do tipo:
Em baixo:
fios e cabos eléctricos de secção isto e aquilo, multifilar, unifilar
extensões eléctricas com muitas entradas ou apenas uma, com e sem ligação à terra
Em cima:
material de campismo (candeeiros, fogões) e acessórios (espalhadores, redutores, adaptadores, vidros)

folha-íris

estas nuvens nunca mais vão acontecer
a viagem também não

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Quando malembra, alembra. Se não malembra, pá, atão, né, é aquela.

Um cliente ficou de regressar para concluir a questão que o levara ali e como era preciso que me lembrasse dele, precisamente dele, perguntou 'do you remember?' enquanto o indicador desenhava um círculo ao redor do próprio rosto. Respondi um sim redondo, não quis destoar.

domingo, 29 de agosto de 2021

|há precisamente dez anos|

Primeiro coçou a cabeça.
Depois roeu o polegar.
Roeu até lhe doer o sabugo.
Em seguida acariciou o ombro estreitinho.
Tão suave...
Por fim, fez um poema.
Lindo, lindo, lindo.
Lindo!
|e bem malembra que o polegar e o ombro são meus|

Bacon; Coco

No outro dia, o Luís lembrou-se de fritar o bacon com um nadinha de óleo de coco. Encorajei-o, tive logo logo o bom pressentimento de que seria uma mistura de sabores deveras agradável e por junto lembrei-lhe o bolo preferido do Elvis Presley, cujos principais ingredientes são banana e bacon (sim, sim, oh sim!), acrescentando que se banana fica bem com coco e com bacon, então bacon e coco, eh pá, olarila! E sim, ficou uma mistura bem agradável. Ainda idealizei polvilhar as fatias de bacon com coco mas o Luís não foi na minha conversa. Um dia experimento, claro está. Aliás: vou já de seguida colocar na lista de supermercado o bacon e entre parêntesis o coco. Digo assim e não o contrário porque há coco ralado na despensa mas não há bacon no frigorífico. Ah, há há, afinal há, fui ver e há.

No outro dia

No outro dia, uma das tais cigarras que cantam na tal praça lisboeta, calou-se logo que me aproximei. Ontem, a cigarra que cantava no mais frondoso jacarandá da praceta saloia onde moro, continuou o seu cantar enquanto passava bem juntinho da cantante. Ia-a ouvindo com prazer, cantou e cantou. Coloquei o saco no contentor do lixo e, quando de regresso, calou-se assim que alcancei a praceta.

piorar



se pode piorar...?
pode pode, ó:

Pesquisa

Tenho andado a pesquisar Mr. Google sobre um assunto. Mas, como já antes havia clicado em posts do Instagram que continham esse assunto, chegada a altura dos cliques, logo Mr. Google se prontificou a sugerir-me dois ou três lugares, com os nomes numa fonte maior que os demais. Isto tudo vem de uma questão muito presente nas nossas vidas e que se chama algoritmo. Alguns - nem é preciso serem muitos – cliques num tema faz gerar um alerta fortíssimo, o que move o mundo das netes nesse sentido e vai que todo um rol de opções me são dadas, eu que escolha. Ah, faltou dizer que quando me apareceram esses lugares eu fazia outra espécie de pesquisa, nada tendo a ver, mesmo nada, o que, na verdade, tem ainda mais piada. E tem piada aos montes que aparecesse então as letras em enooooorme, não fosse eu não ver ou coisa assim. Bom. Vi. Vi e fui lá mas encontrei o espaço fechado. Estão de férias, venho cá outro dia, pensei eu. E assim fiz. Voltei e encontrei o espaço a funcionar: grades levantadas, luz de presença lá dentro. Não entrei.

Então, a Gina

Então, a Gina sou eu, lembrei-me agora de vir acrescentar. Que isto pois pronto já se sabe que aparece abaixo de cada post - ai quem escreveu o que está acima, quem foi quem foi? foi a Gina. É que está aí em baixo a dizer que foi quem publicou, bem sei, mas quem escreveu também foi a Gina.

sábado, 28 de agosto de 2021

Escuro

Daqui por uma horita é escuro, e ainda bem que o é. Agora é mais engraçado ir para a cama cedo, está realmente escuro, não desfaso do mundo em geral. No início do Verão fico(-me) a parecer tonta e psicadélica. Psicadélica, mas ao contrário de luzes amalucadas. Tonta. Isso. Tonta por psicadelismo, vá.

Não pedi um desodorizante vindo da Alemanha. Ai não pedi, não.

Prometeu o cliente barra amigo que na próxima visita ao estaminé traria consigo um desodorizante e que mo ofereceria. Que se trata de um espécime ultra montes de saudável, que nada daquilo de tapar poros que se querem libertos de betumes e mais não sei o quê e que, ainda por cima, é barato, que sim, que trazia. Esse dia, o da visita, foi ontem. Não. Pois, pois não.

Alfinetes

No Google Maps o alfinete que marca os Bancos tem o símbolo do Euro; o dos restaurantes tem um garfo e uma faca; o dos cafés uma chávena e um pires; o das bibliotecas um livro aberto, e em branco; o dos teatros duas máscaras venezianas, há que desviá-las das cirúrgicas, pá, cenas. Estive mesmo agora a dar conta disto tudo, pareceu-me ser coisa de grande valor.

LuGina

A minha mota é tão mas tão gira que até dá para escrever o que se quiser num visor, sendo o único requisito ter um tamanho máximo de seis caracteres. O termo escolhido aparece quando se desliga o motor, que enquanto trabalha as informações são de um teor nada parecido. O Luís pôs LuGina e quem escolheu fui eu, passando gostosamente ao largo daquilo do 'primeiro as senhoras' e tal e tal.

10333

Dez mil trezentos e trinta e três é um bom número de posts para registar que:

Todos os posts têm uma história, mesmo se servidos a frio – ou a quente, sei lá –, todos percorrem um caminho que raramente conto. Há posts que redijo e publico e nunca mais me lembro deles, ou mesmo da sua história, e há posts que levo meses para os esquecer, precisamente pela história que têm. Um dia, no Ginásio, estava na posição pirâmide quando percebi que naquela perspectiva as coxas pareciam estar penduradas e daí nasceu a ideia pernas penduradas que pus no blogue. Minutos depois, num repente, aludi a simples ideia a enforcamento e, não gostando nem um pouco da alusão que eu própria inventara, adiei a publicação por uns dias. Durante esse tempo não deixei de relacionar as pernas penduradas com enforcamento, mas a questão deixou de ferver, marimbando de vez e seguindo primeiro caminho (quantas vezes o melhor está nas primícias, que é onde ainda não há julgamento). E pronto, basicamente é isto, se no início achei super fixe que naquela posição as coxas me parecessem penduradas e ó pá tóin xiru pra pôr no blogue, logo mais encontrei um avesso estúpido que se farta. Ca porra.

Sonho

Sonhei que a minha saia tinha encolhido e não me servia. Não duvido que este sonho desceu do facto de ter lidado com um quilo nas últimas semanas. Dei por ele nas mamas, fiz até uma piadinha com isso para pôr no blogue: ah, o uqilo (hã?! mas eu também troco o quilo?!) a mais está mas é nas mamas, que as sinto maiores e mais não sei o quê (mas não publiquei, deixei para agora). Tenho o aumento de peso como certo se noto as mamas 'coisas', já que a barriga pode estar inchada, enfim, a pessoa pode comer couves em demasia, ou pão, ou melancia, que são alimentos que insuflam esta que vos escreve. Um quilo é de pouca monta, sublinho, e este post é daqueles em que suspiro de alívio por não ter muitos leitores, pois, caso sim, choveria indignação. Dentro de potes. Ah, sim, a saia havia encolhido, é isso mesmo, foi assim que sonhei.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Dias de um Ginásio

Percebi que uma colega de banhos se preparava longe do seu cacifo mas perto do meu, enquanto eu me preparava precisamente longe do meu e perto do dela. Tomei coragem para propor: «É boa ideia trocarmos. É bom para as duas.» Ela acolheu a proposta com boas maneiras e trocámos as posições. Quase terminado que estava o meu vestir, pus-me à cata das meias. Não as encontrando só porque enfiara a mão no mais profundo que a minha mochila tem, despejei tudo. Mesmo assim não as encontrei. Quando, cheia de nojo e mau estar, me decidi por calçar as que usara no treino, a colega de banhos, apontando para debaixo do banco onde eu estava sentada, avisou: «Está ali um par de meias. Veja lá se é seu.» Era. Agradecida, agradeci vocalmente. Bom, como terminar um realto... ai perdão, relato como este? Bom fim de semana, se calhar. Bom fim de semana.

Post em género

perus e peruas
frangos e frangas
porcos e porcas
Vi num programa de televisão que há séculos atrás, por alturas de uma festança em Lisboa, registou-se o que os convivas comeriam. Esse documento está ainda vivo, tanto que foi lido no programa. Ora nisto mora toda uma graça, mas, mora ainda uma graça maior no facto de o registo ter sido feito, também, mediante a contagem com base na diferenciação de sexo.
Não tendo nada a ver, que eu bem que não tem, lembrou-me dos meus graminhas, aqueles que venho depositar no blogue, houvesse uma porra qualquer que medisse o interesse que tem isto ou aquilo que ponho no lbogue... ai perdão, blogue, os graminhas decerto estariam rebentando com a escala.

Fui eu que fiz

Fui eu que fiz, pois fui, e tinha catorze anos. A prática não era quase nenhuma, por isso o bordado assim um bocado para o mal-amanhado. Quando eu tinha treze anos a minha mãe pôs-me no lugar de aprendiza de bordados feitos à máquina. Aquilo foi coisa acontecida numa loja de máquinas de costura e electrodomésticos, cujo negócio era familiar. Mais ou menos familiar, quero eu dizer, a pessoa que atendia ao balcão, e que era quem ensinava a bordar, não pertencia à família. Contudo, por o negócio ser familiar, a neta do dono, rapariga para as minhas idades, por vezes aparecia lá. Lembro-me que ela também andava a aprender este lavor mas não tinha grande prazer nisso. Ao princípio falávamos imenso, chegando, em certa altura, por quase a considerar minha amiga. Porém, quando baixei a guarda uma beca, ela mudou o comportamento, passou a não me cumprimentar quando chegava, ou, quando cumprimentava, era com frieza e desdém. Porquê, é o que decerto quereis saber. Pues que no lo sei. Atão sei lá eu, né? Não, não sei. Compreendo que se sente uma certa prisão, ou julgamento, vá, quando as pessoas são atenciosas. É, dá um certo medo, dá.

Lisboa, Lisboa

Cruzei-me com o Bruno Mars. Sério, viola às costas e tudo. Está bem que pode o Bruno ser das teclas, mas.

Lisboa, Lisboa

Descia a avenida quando ouvi um senhor agente questionar um pedinte:
«Tem pernoitado aqui, senhor Armando?»
Ora bem, como desta vez não me encontrava equipada de motard e, ademais, o senhor agente estava mais virado para o pedinte do que para esta mera transeunte, qual quê de cumprimentos efusivos e mais isto e mais aquilo. Oh.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

domingo, 22 de agosto de 2021

Post extremamente qualquer coisa

Juntamente com a revista Lusitana vem agora uma brochura dedicada às crianças e que traz uma mascote de nome O Farinhas. Tenho gasto mais tempo a ler a brochura do que a revista. Não, isto não está bem, a verdade é que comecei por aí. Isto é conjunto para ter meses de casa, assim como tem meses o querer pôr algo acerca no blogue. A brochura tem interesse, na medida em que tudo tem interesse, se eu tiver interesse seja lá no que for. Os artigos estão escritos de acordo com tenras idades e destaco, para já, a página do Ponto Verde. Ensina-se o que depositar em qual dos contentores, mas também se ensina o que não! depositar. Então,
no dos vidros, não! depositar:
louças, cerâmicas, espelho, vidros planos (de janelas), lâmpadas e frascos de medicamentos
no dos plásticos, não! depositar:
papel e cartão, pilhas, electrodomésticos, plásticos (que não o das embalagens)
no dos papéis, não! depositar:
sacos de plástico, papéis sujos, papel vegetal, papel plastificado, autocolantes
No mais, a revista tem jogos e passatempos, artigos de lugares a visitar, como, por exemplo, o Portugal dos Pequenitos, onde foi, aliás, apresentada a mascote. Tem, ainda, receitas, que não aproveitarei, ah ah. Ah, tem ideias para fazer um moinho de vento e, no fim, querendo ver o dito a funcionar, é recomendado que sopre ou então espere que o vento chegue. Um outro artigo é uma ajuda para fazer um jardim ou uma horta. Lista-se o material e os passos a seguir, aconselha-se a deixar as minhocas esburacar a terra, não tem mal nenhum, são bichos necessários, fazem a terra fofinha, e até se oferece a ideia de fotografar a horta uma vez por semana e a fazer um diário de como estava o tempo no dia da foto. Já agora, falta dizer que (é que vou folheando conforme vou conseguindo este post e vou vendo coisas) às páginas tantas há um artigo acerca da farinha e com este aprendi que a primeira farinha 'aconteceu' porque alguém se lembrou de esmagar grãos de trigo com pedras. Daí ter-se-á partido para outras ideias como juntar água e amassar. Também percebi que é desaconselhado juntar farinha nova num pote que contenha resto de uma farinha. Achei particularmente curioso este conselho, uma vez que nunca faço isso. Sei lá, parece-me esquisito. Afinal, olha, não se deve mesmo. Que giro. Ah, só mais uma coisinha: que não se ponha a farinha junto de detergentes, cebolas ou outras coisas de cheiro forte, que a farinha os absorve com facilidade. Me vou, então.

Sombra

Sombra


 

Fizemos massas frescas

Fizemos massas frescas e estavam mesmo boas. Acrescentámos bacon e atum ao molho de tomate. Tenho fot de quando ainda estavam cruas e secas, estágio de que falei no post anterior e que esta linkado logo ao início deste. Então, que querem, esqueci-me que tinha foto desse momento, assim, olhem, acrescento a foto esquecida, acrescento-lhe dizeres, acrescento um post ao blogue. É sempre a somar. É bom. Diz que a soma é uma coisa positiva.

Fizemos massas frescas

Fizemos massas frescas, que pusemos a secar nas costas de duas cadeiras. Secas que estão, pu-las num tabuleiro. A foto é dessa fase, que, por sua vez, é a fase em que está agora, esperando cozedura. Não tenho presente a quantidade de água que pus, nem da de farinha posso ser precisa e, eventualmente, o ovo que coloquei tinha o peso tal e portanto, qualquer outro ovo diferirá em peso. Ou então não, pronto. Vá. Não posso ensinar ninguém acerca desta receita. Ah, também pus uma pitadinha de sal. Aquele sal fino que se usa nas saladas. A minha embalagem tem anos. O sal não se estraga. É o sal e o açúcar. Qual quê. Misturei a farinha, o sal e o ovo, usando o cabo de uma colher de pau, depois fui acrescentando água e mexendo com o cabo até que achei que estava na hora de amassar. Não demorei o amasso, tenho para mim que este tipo de massa não precisa. Ou não quer violência. Deixei-a a repousar no frigorífico uma meia hora e, passada, fui buscar a maquineta que tem uma manivela para rolar cilindros que espalmam a massa. Foi nesta fase que cooperámos na feitura da massa. Há três tipos de cilindros aos grupos de dois: um simplesmente espalma a massa, alargando-a, outro faz tagliatelle, outro esparguete. Qualquer um dos grupos tem regulação de espessura. É claro que quanto mais fina é a massa mais difícil é conseguir que se aguente. Isto foi ontem. Deixei-as então a secar durante a noite, apoiadas nas costas de duas cadeiras. De manhã estavam secas e rígidas, tanto que não consegui evitar que algumas quebrassem quando as retirei daí. Ah, escolhi tagliatelle para forma. E pronto, falta cozer e comer, que, não sendo a melhor parte, é seguramente uma das boas. Acompanharei com molho de tomate que fiz há semanas e que estava congelado.

Sombra

sábado, 21 de agosto de 2021

Aquelas coisas bonitas que se diz na Internet.

Em tempos contei que a morada do velho estaminé viria a ter uma barbearia e eis que, pronto, já tem e já está aberta ao público. Os donos, um casal brasileiro que eu e o meu colega conhecemos há algum tempo, sabendo o tipo de ligação que temos com o espaço, propôs que fôssemos dar uma olhada, ver como tinha ficado, o que aceitámos. Custou-me lá entrar. Caraças, que peso. Brutal. Sério. Aquele corredorzinho inicial estreitou o que costumava estreitar. Custou-me mesmo muito, contudo fiz o meu papel de pessoa capaz de dizer coisas, e disse-as. Mostrei-lhes partes de um vídeo de como era o velho estaminé por alturas de o estarmos a esvaziar, um daqueles em que ainda se vê muita coisa assente nas prateleiras e até penduradas no tecto. Nesse tempo, enquanto a mudança ia ocorrendo eu ia gravando vídeos, apresentando alegremente os espaços vazios e questionando se seria correcto estar alegre com algo que entristecia outras pessoas. Nunca publiquei a totalidade dos vídeos. Estão editados, carregados no meu canal, mas privados, na sua maioria. Não consigo mostrá-los ao mundo, contrariamente a todo um rol de parvoíces que por vezes lá escarrapacho. Estes não sou capaz de publicar. É um misto de emoções muito fortes, contraditórias, se por um lado estou agradecida por não mais ter que trabalhar ali, por outro sei que vivi muitas coisas belas por estar precisamente ali, naquele balcão. Não deixei de ter um balcão na minha vida, pois não, mas não é aquele.

Sou ganda stalker, oh yeah.

Faço-me valer da ínfima memória visual acerca das linhas da arquitetónica lisboeta para concluir firmemente que aquele vídeo que visionei na rede social e que continha exercícios específicos foi gravado no varandim do Zé (sem vírgulas). Sério. Pá, é que só pode. Ao longe: a varanda do sexto andar onde em tempos já longínquos tirei umas quantas fotos, a pensão, o ministério, a avenida enviesada. Hum, e o cesto da gávea, onde...? Escondido pelo hotel, já se vê (adoro que 'escondido' e 'já se vê' partilhem um dizer). Mas há mais, ó: o storie que visionei na mesmíssima rede foi arranjado dentro do automóvel da protagonista mas descodifiquei o lugar porque já me cruzei milhares de vezes com aqueles muros altos e em cujo entremeio se encontra uma placa de sentido proibido (sem vírgulas). O instituto é logo ali. Pois. Isto é portanto tudo maltinha que mora aqui para os meus lados. É, sou ganda stalker, sou. E este post foi também um exercício para aquilo de abolir as vírgulas.

Pareço uma múmia zanzando pela casa.

Esta provecta idade já permite chamar-me múmia. Pareço então uma múmia zanzando pela casa, sem decidir se faça o cheesecake apaneleirado ou a porra do bolo de iogurte cravejado de frutos secos e desidratados. Ao pequeno-almoço, isto para mudar a agulha, desprezando o parágrafo que me grita querer pertencer ao texto, bebi para aí uns três decilitros de café e comi pão com manteiga. Aprecio deveras a mistura da manteiga com o café – este derrete aquela e isso é coisa que ocorre dentro da boca. O aspecto não deve ser o melhor do mundo, mas o sabor é de topo.

Pá, atão, né, é aquela.

«Então Gina, que tal?» É perguntinha recorrente nas últimas semanas. Há dias, no estaminé, esteve um amigo das motas, ao qual, felizmente, oh glória terrestre, ai a porra das vírgulas, não foi difícil apresentar o rol de conclusões a que já cheguei com este rolar e, pasme-se, justificá-las. Porém outros há que, caraças, não querem que termine o discurso, o que me faz desistir da demanda que é falar e me leva ao comum estado de contenção vocal. Uma questão que tenho enquanto membro humanóide deste planeta é: por que raio perguntam se na verdade não querem saber? Foi com base neste tipo de experiência - recorrente - que no outro dia construí um post que pode ler-se clicando aqui.

Olá, bem vindos a mais um post. Eis Gina à frente de uma biblioteca de tamanhinho e por trás de um emoji de tamanhão.

Intervalo com Afazeres

Fazer barras energéticas
(não fiz)

Escrever
(escrevi)

Editar vídeo
(editei)

Escrever
(escrevi)

Lavar WCs
(lavei)

Escrever
(escrevi)

Caminhar
(caminhei)

Editar vídeo
(editei)

Escrever
(escrevi)

Tirar fotografias
(não tirei)

Fazer sopa
(fiz)

A lista acima data de dezassete de Agosto último, quando folguei. Fui-a construindo por entre a preparação de posts, os quais continham relatos deslocados desse dia.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Dias de um Ginásio

Já há uma série de idas ao Ginásio em que saio de lá com a noite já caída. Continua, no entanto, o comboio a passar. Um dia destes atrasou-se. Hei-de filmá-lo outra vez, agora está escuro, o que fará um vídeo diferente. Pois, agora já está escuro, mas o comboio vem iluminado, vai dar para se ver ao menos qualquer coisa.

Meados de Agosto

De manhã acordo quando ainda é noite. Agora já acordo quando ainda é noite, quero eu dizer. Aqui há duas ou três semanas, por exemplo, se acordava e não via a claridade a recortar a forma da janela, sabia que era cedo demais para me levantar, agora já não posso confiar nesse recorte de luz. A noite segura por mais tempo o dia. Que frase tão bonita. Se bem que, claro está, também o dia segura a noite. Que bem que ficou o 'claro está'. É por um segurar o outro que acabam por se misturar, o que origina o lusco-fusco. Quando acordo, e à semelhança daquilo das canções que me pululam na mente logo que acordo, também de escritos pululando cá por dentro se fazem as minhas manhãs. De uns, pois que sim, registo-os no blogue, já outros, pois que não, esfumam-se. Diz que nestes processos de escrita, o que não torna a ser lembrado não merece o registo. Compreendo mas não gosto da ideia, eu cá registava tudo.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Lisboa, Lisboa

A planta à janela agora é um feto. Não melhor, não pior, diferente.

Lisboa, Lisboa

Acariciava as costuras dos bolsos da saia enquanto ao longe soavam ambulâncias que afligiam os transeuntes. A carícia foi dança.

Lisboa, Lisboa

Fresca estava a manhã quando percebi que as cigarras quase não se ouviam, nada insistindo, contrariamente ao seu costume. Acho que o frescor as cala ao menos um pouco, assim como acho que de manhã não está nelas um cantar desalmado.
Ventosa estava a tarde, caladas estavam as cigarras. O vento sim, o vento é que as cala de todo.

Lisboa, Lisboa

Tenho que encontrar um tempo para ir ver as árvores amarelas e fazer as devidas comparações. Não esqueci, não, homessa, claro que não.

Lisboa, Lisboa

A cidade de Penafiel só pode ter a história do seu nome numa pena fiel. Desde a infância que penso assim. Entretanto, o título do post está assente no seguinte:
Subindo a avenida, ouvi de dentro de um dos espaços comerciais: «Ó colega, a loja de Penafiel...» E já não deu para escutar mais, mas, o mais que deu, foi a lembrança que está no primeiro parágrafo.

Lisboa, Lisboa

Aquilo dos meados de Agosto e mais não sei o quê, nota-se também nas montras do comércio de pronto-a-vestir, já tudo está composto de cores escuras e materiais que protegem dos primeiros frios.

graminhas

quatro mil cento e trinta e cinco gramas de melancia

as tais

as tais plantas que foram cortadas, apanhei estas

domingo, 15 de agosto de 2021

15 de Agosto de 2021

Hoje é feriado e é domingo, e um domingo destrona; anula; impede; destrói um feriado, o que é uma chatice e mais não sei o quê. Em todos os 15 de Agosto malembra de coisas variadas:
abre a época dos figos
Estive lá ontem, quero eu dizer que ontem pui aos pigos. Só que não, pois que ainda não há figos maduros, lá mais para Setembro regresso ao lugar das figueiras que moram em terras de ninguém.
o Verão é amargo e doce
Tanto pode pensar-se que falta viver quase uma metade como que mais de metade já se viveu.
a noite chega às 21h
Quero eu com isto dizer que doravante os dias encurtarão aceleradamente. É a pique. Acho que todos os anos, em Agosto, ponho no lbogue... ai perdão, blogue a palavra pique. Nem vou pesquisar, não vá contrariar tão eloquente ideia.

Print

Trago outro print ao blogue, vindo directamente do telefone. Trata-se de uma notificação de evento, embora não lembre em concreto por que raio me meti nisto. Lembro difusamente que um dia decidi criar um evento para perceber em que modos posso usufruir de tal coisa e, nos entrementes, esqueci a questão, até que naquele dia (9 de Agosto último) chegou a notificação. Por ora descreio que algum dia me jogue a esta paneleirice com verdadeira necessidade, mas pronto, independentemente do meu desinteresse, é função que consta no telefone à mesma.

Contagens

Sei lá por conta de quê, há duas ou três semanas que o telefone me incentiva a fazer exercício, que até àquela hora ainda não atingi o objectivo de passos e tal e tal. Alvitro que fui eu que cliquei onde não queria e por isso sou notificada desta maneira. É um problema, pá, esta minha vida é um problema. Entretanto, a última actualização que a aplicação sofreu trouxe alívio aos olhos, o número referente aos passos é maior. Tenho prints da questiúncula, enquanto novidade:

São dois prints porque acho um piadão ao começo do dia, tudo a zeros e o camandro, e achei quiçá mais piada ainda porque descobri que um dos primeiros percursos que faço tem quarenta e um passos.

Lisboa, Lisboa

À semelhança do post da 'Marília', também o da 'Alexandrina', o da 'Esmeralda' e o do 'Odilo' podiam ser intitulados de 'Lisboa, Lisboa', tanto porque os cliques são de Lisboa, como porque foi ali que moraram as ditas pessoas, as quais, para mim, estão como se fossem lisboetas de raiz, afinal uma pessoa vive toda uma vida adulta num lugar, e fica marcada, faz-se pertencente. Mas as fotos, no caso da 'Alexandrina', o post tem duas fotos porque julguei mal a janela que lhe pertenceu, só que gostei tanto da primeira que jamais a deixaria de parte. O que todas estas visões têm também em comum é a planta vadia que por esta altura do ano se vê por Lisboa e que é alta e abundante em recantos pouco movimentados. Aliás, uma das diferenças que as as fotos mostram é precisamente essa, janelas e portas onde há vida e movimento, as plantas não crescem nem proliferam tanto assim. Entretanto, como levei algum tempo a recolher as fotos - recolha que decidi fazer logo após ter publicado o post da Marília, por verificar que a planta cresce em recantos a modos que abandonados, daí ter lembrado das outras pessoas - já ocorreu o desbaste nas janelas que foram do Odilo, como se percebe pela disposição das plantas, as pobres estão mortas e caídas no chão. De resto: quero um dia vir contar algo acerca destas pessoas, mas, por ora, fico por aqui.

Odilo

Esmeralda

Alexandrina

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A árvore amarela

Hoje notei algumas folhas amarelas na árvore amarela.

Dias de um Ginásio

O lugar do mundo onde caminho com a maior confiança de todos os tempos é... Pois, a intitular como intitulei não há como arranjar suspense. É, então e precisamente, no Ginásio. Afinal é um lugar onde sou conhecida unicamente por coisas boas, ninguém suspeita das angústias aos montes e incertezas mil, por isso é bastante fácil caminhar do balneário à sala de treino com a segurança na cabeça, quer por dentro quer fora dela.

Columbofilia de bolso

Num conhecido filme americano surge uma mulher rodeada de pombos, uns esvoaçam à sua volta, outros ao ombro e tal e tal, o que dá a ideia de que são amicíssimos, quiçá morem juntos e mais não sei o quê. Pois bem, a avenida, ou, Lisboa, vá, tem um homem dos pombos. Nunca o vi a alimentá-los, portanto: amicíssimos duvido que sejam porque já o vi a bater os pés com força para os enxotar. Ora isto torna bem estranho o que vi agora mesmo em frente ao meu balcão: o dito homem precedendo um bando de pombos... Sério. Primeiro passou ele, magro e encardido, depois o bando, esvoaçando, a fazer-se amigo. Ou então em perseguição maldosa, afinal o enxotar de pés que referi acima era convicto. Enfim, há pessoas magnéticas.

Estará Mr. Flanders (também) do lado de fora?

Se Mr. Flandres estiver de férias, que pode muito bem estar, deixou o dizer à porta com o lado 'aberto' para fora, induzindo em erro os clientes e amigos, ou então meros transeuntes, tipo eu.

«digo eu em grego»

Há ocasiões em que escrever é tão inútil quanto eficaz e quanto agradável e quanto maléfico. Há um ror de tempo que aquela parte de mim que escreve coisas num blogue se encontra por aí.

Post comiserável

Por vezes a construção de alguns posts requer pesquisa no blogue e, em vezes do todo dessas vezes, ai, releio posts que a pesquisa sugeriu, retirando daí prazer e tristeza. O prazer porque gosto de relembrar vivências, a tristeza porque escrever é inútil. O prazer e a tristeza é que são um casalinho.

A(s) senhora(s) do Banco

Não trago histórias da senhora do Banco vai para ano e meio. A dita senhora não era uma só, mas todas. Às conta de as transações se fazerem através das máquinas é que não me relaciono com nenhuma dessas senhoras há tudo isto de tempo. Vezes há em que as avisto lá dentro, mas raras. Na verdade noto-as se percebo alguma sombra que mexe, e nesses casos costuma ser alguma delas. A(s) senhora(s) do Banco são como a(s) avenida(s) de Lisboa, são algumas, mas, no blogue, são a mesma.

Banco hater

Hoje sentei-me no banco hater. Há muito tempo que não era tema no blogue e há muito tempo que não me sentava aí. Recordei o coração impresso na calçada por mor do tempo que passa. Procurei-o. Encontrei-o, porém: não igual, precisamente por mor do tempo que vai passando.

Post com título

'Repetir novamente' não é pleonasmo, é insistência, teimosia, batuque.

Sinónimos

Um espantalho é uma existência que já se supõe andrajosa, quase parecem sinónimos – espantalho e andrajo. Hoje avistei um espantalho, mas bem bem bem andrajoso, rasgado, sujo, adejando. E o que me lembrei foi isto que acabei de escrever.

Itens

Os itens que retirei do anterior caderno, já os contei, são sessenta (60)

só?!
… querem ver que o manuscrever é isento de grafomania?!

Não gosto

Não é só de vírgulas que não gosto... Também me aborreço das reticências...

Lisboa, Lisboa

Quatro jovens mulheres com o ar mais turista que pode haver empoleiravam-se nos cilindros de cimento que fazem, uns de vasos e outros de barramento às viaturas. Falo daquelas partes de chão que têm os tais desenhos coloridos. A atmosfera era alegre e jovial. Tiravam-se fotos. Num repente, uma delas exclamou:
Ah, le soleil! J' adore!
Gostei. Muito. Pá, aquele soleil é qualquer coisa... Parece até que só recebe comentários em francês...

Lisboa, Lisboa

Nasceram outras flores lilases naquela beira de estrada cosmopolita. Há dias já que as avistei, não tem é havido lembrança de registar no lbogue...ai perdão, blogue.

Lisboa, Lisboa

Se recorta um céu azul, o prédio amarelo não se destaca tanto assim. Já quando recorta um cinzento céu, pois que.

rota; lembretes

Atravessar a A12
Prestar atenção à bifurcação
Meter pela esquerda
Sair aquando da placa Marateca
↑↑↑↑↑↑↑
para lá

para cá
↓↓↓↓↓↓↓
Cuidado com a bifurcação
Sair aquando da placa Pegões

Orelhinhas

Na foto são as orelhinhas que estavam na bandolete que uso para afastar o cabelo da cara quando acho que o devo fazer. Já falei desta bandolete no lbogue... ai perdão, blogue, aqui, e deixei lá escrito que originalmente a bandolete era um unicórnio, do qual já se destacara o corno, restando as orelhas. Entretanto, o que aconteceu foi que, na viagem para férias, tal não foi a intensidade dos poços de ar que o meu automóvel de matrícula portuguesa sofreu, que pumba, lá se descolou o resto da orelha que já iniciara o processo. O que fiz a seguir foi arrancar a outra. E é assim que se acaba esta conversa.


 

Dias de um Ginásio

E pronto, desconfinando que estamos, já há aulas de grupo no Ginásio. Estou para aqui a pensar que não registei no blogue que as aulas presenciais tinham cessado, mas pronto, agora já está. Estava eu a dizer que as aulas recomeçaram, e recomeçaram com pouquíssimas pessoas e no espaço que o Ginásio apelida de outdoor. Nesse espaço há, não só uma cobertura gigantesca, onde cabem duas ou três aulas a acontecer em simultâneo, como diversos pequenos espaços murados por estacas e cordas. Ora bem, a parte coberta já conheço há coisa de um ano, mas treinar num daqueles espaços pequerruchos é que ainda não me tinha calhado e foi então o que aconteceu um destes dias. Aquilo até foi giro. Ou mais ou menos, vá. Quando deitada no colchão e rodava a um lado ou a outro, os braços excediam o tamanho do colchão em largura e entravam em contacto com o asfalto. À vinda, vinham pedrinhas agarradas à pele. Pronto, está calor, uma pessoa sua e tal e tal. A minha vida é deveras problemática, é.

Olhar nos olhos é para todos

O olhar no olhos, não há como falhar. Apercebi-me disso quando ia na rua, de óculos escuros e, quem quis olhar-me nos olhos, fê-lo sem mos ver.

Troncos

Vi um plátano com um tronco grossíssimo, bem mais grosso do que qualquer um dos plátanos que residem junto ao muro de pedra, por isso me espantei, e espantei-me o suficiente para o fotografar. Au eva, não curti nenhum dos cliques, acabando por os eliminar do telefone. Mais tarde passei rente ao muro de pedra, notando, uma vez mais, os plátanos de grossos troncos. Fotografei, uma vez mais, um deles. Não foi a primeira vez, outras já ocorreram, mas fotografei este plátano há não muito tempo, comentando que lhe foi cortado um ramo e eu nem nunca dei por isso (aqui). À semelhança do plátano de horas antes, também deste, a foto que captei me desagradou. Au eva, aberta que estava a dita foto na aplicação do telefone, optei por usar o corte enviesado, resultando numa forma que, por irreal, é sui generis:

Comprinhas

Quando comprei o último casaco (sim, sou a maluca do frio, da sopa, da salada e também, pasme-se, dos bolos), à conta daquela nova moda que é os comerciantes terem que cobrar todos os sacos, a funcionária perguntou-se se eu queria um saquinho ou levava na mão. Escolhi a última opção, afinal vergonha alguma sentia de vir com a peça na mão. Só que em certa altura a etiqueta escorregou e vinha ao pendurão. A funcionária até me havia perguntado se eu queria que lha cortasse, mas eu que não, pensando que, caso houvesse algum defeito que entretanto eu não descobrira, não daria para trocar. Mas estamos então na fase do pendurão. Bem que eu escondia a etiqueta nas dobras do casaco mas logo mais tornava a escorregar e punha-se à vista. Pronto, tudo bem, né, o casaco era, e é, meu, estava, e está, pago e pâ pâ pâ.

Sonho

Sonhei que ia num comboio que ganhou a corrida. Não sei que género de corrida era mas havia gente pra caraças lá dentro e também há feixes de luz de outros veículos a participarem, com pessoas na maior animação e competitividade. A imagem que trago ainda presente é que o comboio tinha a frente igual à do meu carro.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Gina Maria

Cliente: Olá! Está boa?
Euses: Estou.
Cliente: Uma [nome do artigo], pode ser?
Euses: Pode.

Gina Maria, não respondas assim aos clientes. Ai.

Maybe

Eu estava a braços com um atendimento algo acidentado principalmente porque o meu inglês é tão abrangente como abrangente é o português da cliente, de maneiras que, pronto, em certa altura ela disse, como quem pensava alto:
«Hum, maybe we can...»
Percebendo imediatamente a ideia e já antevendo um erro que resultaria, no mínimo, num esguicho, quiçá pequerrucho, mas indesejado era de certeza, interrompi-a categoricamente:
«No, we can't!»
E acompanhei a exclamação com gestos largos e sons de esguichos, pronto, tudo coisinhas assaz eloquentes. Isto visto seria muito giro, assim, olha, é o que foi.

Actualmente

Não penso muitas vezes que não quero estar aqui, o que penso é que não pertenço, mas, como sempre vivi sem pertencer, umas vezes porque não dá, outras, mesmo dando, não quero, encontro-me numa dessas.

Pendureza

O uso da máscara é feito por turnos e, por alturas de se encontrar de piquete, deixo-a pendurada na orelha esquerda. Não foi sempre assim, dantes era na direita, mas comecei a notá-la cansada, daí ter optado por mudar de orelha enquanto não chega o toque de marcha (vulgo entrada de cliente). O meu colega elogiou o meu propósito, diz que assim a gente estimula o cérebro.

Longamente

Clicar longamente é o que tenho que fazer quando quero etiquetar os textos que deixo no blogue. Uma dia destes lembrei-me 'ah, quiçá seja melhor alongar o tempo de contacto, quiçá assim o telefone assuma apenas uma etiqueta'. E pronto, era isso. E é. Alonguei o tempo de contacto e vai que.

Revelações absurdas

Pá, a minha (ainda) nova máquina de lavar louça é espectacular. Mesmo.
No outro dia, no fim da lavagem, fui dar com a pastilha (não muito desfeita) na base. Pus-me logo a ver se a louça estava bem lavada, e estava.
No outro, no fim da lavagem, fui dar com a pastilha (quase nada desfeita) dentro do compartimento. A tampinha recolhera mas a pastilha não saltou de lá. Pus-me logo a ver se não teria feito o seu trabalho, mas fez.
Em qualquer uma destas vezes a louça apresentou-se-me tão clara e brilhante como se as pastilhas tivessem efectivamente sido usadas. Só que não. Estou mesmo contente com esta aquisição. Claro que percebo que uma máquina jovem não tem ainda resíduos a atrapalhar o desempenho, mas pá, duas lavagens eficientíssimas sem uso de detergente é bem mais do que esperava.

Pés diferentes. Quem diz pés, diz...

Carminho, a pedicure, comentou o bronzeado que eu levava nos pés e também o tipo de calçado. Este último já comentou de outras vezes, faz-lhe espécie tanta diferença. Percebo a espécie que lhe faz, afinal é realmente diferente.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Diferidamente

Por vezes engordo o meu blogue diferidamente. Nos últimos tempos tenho deixado posts a postos, ou mesmo agendados, se bem que este último método me desagrade. Sei lá, quem sabe me arrependa, ou coisa assim. Mas, mesmo o método 'posts a postos', não digo que goste, mas dá jeito, acrescendo que consigo montes e montes de posts intemporais, a esses tanto se dá que os publique no dia de criados, como não. Notazinha de finzinho: dos posts de hoje, apenas um é efectivamente de hoje. É fácil de identificar porque ocntém... ai perdão, contém, precisamente, a palavra 'hoje'.

Escrito à mão

Terminei abruptamente, só pode, nem pus ponto final. Quando, no dia seguinte, retomei a escrita, é que percebi. Percebi e pus o ponto. A isto pode chamar-se ulterior.

Terminei o caderno

Terminei o caderno aos três de Agosto último. Se lá para o finalzinho das folhas a vontade era, e é sempre, largá-lo e jogar-me ao próximo, a verdade é que fui adiando e adiando, ora porque estava de férias e já agora ficava aquele assunto num só volume, ora porque um outro tema ainda pertencia àquele pedaço de vida, ora porque sim! ora porque não? ora porque. Bom, deixo, e é incrível, apenas uma folha sem nada lá escrito e umas quantas, poucas, páginas saltadas. Aquela minha questão de contar quantos assuntos retirei do caderno, ainda não o fiz, a espera faz-se de ter que efectivamente tê-los transcrito, coisa que não dei ainda por terminada. Esta é aquela fase em que carrego comigo, não um, mas dois cadernos.

Lisboa, Lisbosa

Oh, logo hoje que ia filmar a água da fonte em slow motion é que não trouxe o telefone comigo... Deixei-o a fazer o papel de parceria com a máquina que filmou uns quantos clipes das férias. Em certos trâmites são parceiros, não querendo eu dizer que se dêem sempre bem, que não dão, mas lá me vou safando – a esta hora os clipes já habitam a memória do meu telefone. Este tipo de vídeo não é difícil de editar, corto umas pontinhas e retiro uns segundos pelo meio, não vá cansar-me, costumo fazer este tipo de edição através do telefone e tudo.

Lisboa, Lisboa

Uma folha caiu de uma árvore que está naquela parte que fica junto aos primeiros números da praça mai linda de Lisboa. Gosto destas folhas aos bués. São diferentes, muito embora não sejam originalmente assim, esta parece ter sido comida por algum bicho, ou então alguma rabanada de vento assim mais coiso a tenha feito cair, vai daí, partiu-se-lhe um pedaço quando aterrou no chão.

Lisboa, Lisboa

Alguém me diga qual é a diferença entre uma mulher que se põe especada, nariz no ar e não sei quê, admirando uma árvore (amarela...? sim!) e outra que caminha ao telefone e vai dizendo 'olá formiguinha! olá ursinho!' Íamos as duas na rua mais bonita de Lisboa, lá isso.

Sonho

Sonhei que alguém se introduzia naquela parte do estaminé que é interdita a todos, exceptuando eu e o meu colega. Há aqueles dizeres que aparecem em alguns espaços comerciais como por exemplo 'proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço'. Então pronto, é isso mas em mudo ou em iletrado, já a que a gente não tem letreiro nenhum a avisar. Bom, isto foi um à parte, o certo é que alguém adentrou o estaminé, valentemente, despudoradamente, e vai que pumba. Oh.

domingo, 8 de agosto de 2021

Cholitas

O cliente disse que hoje é o Dia da Bolívia. Pesquisei nas netes e encontrei que a celebração se deu há dois dias. Mas pouco importa o desacerto, importa é que tenho registo fotográfico do tema em questão - cholitas ao domingo.
sim, hoje é domingo... ai é, é!

sábado, 7 de agosto de 2021

Dias de um Ginásio

Já disse no blogue que em cada ano que passa, montada que estou na passadeira, dou início à marcha com a velocidade nos mesmos números que os meus anos de vida. Este ano estou portanto nos cinco ponto três, e desde que fiz anos já marchei na passadeira umas quantas vezes com esses tais cinco ponto três. Repito-me de novo, e muito pouco importa isso, se disser que não sei quantos mais anos aguento esta subida. Sei que, mesmo não querendo, me encontro na força contrária. Podia haver aqui um certo equilíbrio, e há, mas é finito.

Dias de um Ginásio

Na passadeira à frente da minha, um cavalheiro treinava de camisa branca. De linho. Hum. Logo mais o cavalheiro desacelerou (carregara no botão), pôs-se de costas para o painel, parou a marcha, aproveitando o lento deslize e, chegado à ponta, deu um pulinho para o chão. Porra, que equilíbrio.

Diluente

Regressada das férias, no dia em que dei entrada no estaminé, fui identificando cheiros, que me surgiram por esta ordem - primeiro: cheirou-me a fechaduras (uma mistura de metal, ferrugem e lubrificante); segundo: a creolina; terceiro: a diluente. É bem, afinal os cheiros estão de acordo com o recheio do estaminé e é comum estarem condensados, uma vez que estiveram fechados dez dias. Contudo, o giro mas mesmo giro, é que nos dias seguintes o cheiro do diluente, não só persistiu como intensificou, tomando até a primazia. Quando nos tempos do velho estaminé, se cheirava intensamente a algum químico, decerto estava alguma embalagem a babar, lembrei eu, comigo, por dentro, e com o meu colega, depois, por fora. Na fila de embalagens de diluente, seguimos o rasto do cheiro, descobrindo então a babosa.

a menina fez uma cópia

ínterim
(latim: interim, durante um tempo, entretanto, entrementes, às vezes)

nome masculino
tempo durante o qual está interrompida a execução ou o funcionamento de alguma coisa, ou em que ela não é regida por aquele a quem incumbe

advérbio
durante o tempo de espera ou de interrupção; no intervalo


dicionario.priberam.org

O relógio da torre

Nas últimas semanas tenho visto o relógio da torre a dizer que são precisamente onze e meia. Tenho foto, velha que se farta, com praticamente um mês, que mostra as horas que o relógio da torre diz que são na maioria das vezes que lá passo - dezasseis e trinta e dois. E é de notar, e de novo registo que não passo sempre à mesma hora. Obviamente isto tudo são coisas deveras apoquentadoras, daí a constância no lbogue... ai perdão, blogue. Mas pronto, agora a sério, a porra do relógio é mesmo desconcertante.