quarta-feira, 29 de abril de 2020

Bibló-coisas

Mais uma questão do rol de livros destacados por conta de andar às malucas com a limpeza da minha biblioteca. De quando em longe, deixo um livro num banco de rua, em Lisboa, à mercê de quem passe e o queira levar. Gosto disso, quiçá por um certo desapego à leitura. Desta vez, ou seja: daqui a alguns dias, é 'Sem Medo', de Rita Delgado que vai ter essa sorte. Para memória da Gina do futuro, quero agregar à existência deste livro uma particularidade: no blogue cognominei a minha psicóloga de Marió e foi este livro que me conduziu à maravilhosa criação porque o andava a ler por alturas das consultas. Como a protagonista dá pelo nome de Maria do Ó e Maria é nome de toda a gente que é mulher, isto na gíria, bem sei, e porque 'psicóloga' também tem um ó, olha! Marió. E é só. Não é nada. Se bem me lembro, não gostei lá muito deste livro...


21 fevereiro 2017
Escolhi a leitura do momento há três dias. Fiz o que costumo fazer: corri o dedo pelas lombadas na prateleira dos não-lidos e parei no livro 'Sem medo', Rita Delgado. Registo alguns factos:
Este livro consta na minha biblioteca há tanto tempo que não tem a data e o lugar da compra registados na primeira folha morta.
Comprei-o num supermercado há cerca de dez anos.
Nessa altura li várias páginas e esmoreci. Sim, há dez anos atrás eu já era uma má leitora.
Conta a vida de uma atriz que se muda para a política e descreve meandros desse universo.
(...)
Vou esforçar-me e forçar-me a concluir esta leitura, portanto: vou ser a leitora de sempre.

2 março 2017
Foi o dia que escolhi para cuscar a última página da leitura do momento - Sem Medo, Rita Delgado - e fixar o olhar na última palavra, a qual, ironicamente, é 'começo'.

25 julho 2017
Escolho os livros pelo título, relegando a capa, que é material que não me entusiasma por aí além, obviamente considero que uma capa lustrosa e colorida salta à vista, mas não condiciona o jogar da minha mão para o retirar da prateleira. Nada disso. Primeiramente é o título, como já referi, depois abro o livro, podendo, ou não, tomar conhecimento de alguma dedicatória do autor ou outras palavras, que geralmente são bonitas e não pertencem a quem escreveu o livro, mas sim a um autor consagrado e isso assim, que fica bem e coiso. Bom, está na hora de prosseguir a minha análise e prossigo-a lendo as primeiras linhas, encontrando aqui duas fases, a primeira é se me prende o olhar de tal maneira que quase irresisto a continuar, a segunda é se não estou a reescrever, com a minha maneira de escrever, o que estou a ler. É assim que meço as minhas escolhas de leitura, desejo por saber o resto da história e, simultaneamente, desligamento total do meu eu que escreve.

20 agosto 2017
Terminei de ler o livro do momento - Sem Medo, Rita Delgado - e não gostei lá muito. Como vim a desenrolar ao longo de meses, no blogue, este livro aborreceu-me. No entanto, li-o na mesma, teimosa e parvamente, com intermitências. Intermitis. E, se não gostei lá muito do livro, vir para aqui debitar considerações é-me difícil, isto ao domingo de manhã. Não acho que o livro seja mau, nem sei o que isso é ou se tampouco existe, mas não gostei, pronto.




(está aqui um problemão, sou uma pessoa horrível - e irónica - oh)

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