quinta-feira, 2 de abril de 2020

eu



Tenho uma empregada doméstica, mas é imaginária. Chama-se, ou imagino que se chama, Conceição. Durante este 'restez chez-vous' tem a desgraçada trabalhado que nem uma louca para tratar de lugares e cantos que nem sempre a ponho a limpar e, por junto, tem tratado do inacabável e recorrente trabalho doméstico – louça, roupa, wcs, cozinha e cozinhar. Hoje andou de roda do interior do roupeiro da entrada, tirou tudo e limpou as paredes e as prateleiras. Depois limpou todo – todo! - o pó do órgão, da máquina de costura, dos acessórios do – completíssimo – aspirador, dos cremes e graxas e escovaria vária para abrilhantar o calçado. Isto tudo e respectivas caixas. Pronto, este género de tarefas, é o que lhe dou a fazer. Antes de vir aprontar este post dei-lhe ordem para uma pausa mas instruía-a previamente:
Ó Conceição, depois a menina retira todo o pó da aparelhagem de som, enfia-a num saco grande, põe-na num cantinho, já que o senhor decretou que a levaria para o estaminé, e lava o chão todo ali à volta. Eu já a vou orientar, aguarde um momentozinho.

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