terça-feira, 24 de março de 2020

Amanhã vou ver a árvore amarela.

Não que me sinta enclausurada, que sempre tenho saído qualquer coisa, às vezes porque é assim a vida, às vezes porque é imprescindível. Tenho pensado que esta quarentena contém um bom pedaço de paraíso, se afinal estou a maior parte do tempo sozinha, não preciso de sair, não tenho que falar com pessoas, não tenho, portanto, motivos para deprimir e, ou, entristecer. Voltando atrás, digo bom pedaço porque é bom de prazer e é bom de grande ser. Amanhã vou ver a árvore amarela. O televisor estava ligado num canal de desenhos animados, como tem estado, por vezes, nos últimos dias, ocorrendo isto para variar as vistas ou então porque sim, e serve a presente frase para registar que me lembro da menina sempre que ouço vozes abonecadas. Sério. Amanhã vou ver a árvore amarela.

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