Saí de casa sem a chave do carro. E também sem os documentos, só por dizer que sem esses o carro circula e, sem a chave, pois que não. Havia porém uma solução fácil e rápida: subir, agarrar nos esquecidos, descer.
Fui a ouvir uma canção diferente. Tinha no leitor um CD diferente. Não me lembro de o ter lá enfiado, mas devo ter sido eu que tratei disso. É que não era Rap... Hum. Podia eu ter emprestado o carro ao rico filho e já nem me lembrar de semelhante tal. Portanto podia acontecer o rico filho ter usado o meu carro. Portanto podia acontecer o rico filho ter trocado o CD. Mas, contudo e todavia, não podia o rico filho ter mudado o CD para aquele! CD porque, lá está, não era Rap. A canção era uma que fala na highway e mais não sei o quê, encontra-se vulgarmente em playlists de viajantes sobre rodas. Mas para o supermercado não percorro highway nenhuma.
Hoje não comprei nada de extraordinário. Quais frutas especiais, quais legumes de produção catita, quais lacticínios apaneleirados. Tudo do básico e conforme o mais comum há. Tão comum mas tão comum que fica reles de tão comum. É.
Ainda assim, eis que perante tamanha desolação por conta de ter efectuado umas compras tão mas tão, me surge, ou calha, uma caixeira em macho.
Ena, pensei eu, mas também há disto aqui? E cheira bem e tudo!
Pá, pronto, mandou-me o aipo ao chão, com aquilo de amontoar os artigos... Não que não tenha previamente perguntado se podia começar a passá-los. Mas enfim, mais vale um/a simpático/a que me mande o aipo ao chão do que um/a antipático/a que mo não mande.
Olhem, nem queiram saber, o cheiroso pousou os vinhos no tapete com muita delicadeza. Sério. Fiquei emocionada. Mas nada que não se tenha desvanecido logo que usou da mesmíssima delicadeza com os frascos de compota. Oh. E é uma pena que desta feita eu não tenha comprado tacinhas, seria assaz interessante ver quão delicadamente ele as pousaria no tapete, ao depois do bip-bip. Calhou-me, portanto, um caixeiro com muita delicadeza para com tudo o que fosse vítreo.
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