terça-feira, 27 de outubro de 2020

Na avenida

Vi que a vizinha Gislena entrava na grande loja da avenida. Sim, ela desinfectou as mãos à entrada. Pouco depois avistei a porteira de um dos números do meio da avenida e, entretanto, cruzei-me com uma mulher que mirava atentamente a barra de cereais recentemente esventrada, indo ainda a tempo de ver a vontade com que a trincou. Parei na cafetaria para comprar miminhos e enquanto esperava que mos embrulhassem ouvi uma cliente comentar com a funcionária que é muito bom que o filho lhe dê sustento - vulgo casa&comida - mas que não lhe dá amor. A funcionária respondeu com outro tipo de sofrimento mas - esperando que - no mesmo grau: foi forçada a abandonar os estudos no último ano da faculdade porque engravidou, não voltando nunca mais. De permeio, ia ouvindo duas clientes que sentadas ao fundo conversavam em francês.

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