Fiz muitas caretas naquelas partes da canção que dizem 'eu não' e 'oh se te amo', adensando-as no 'eu' e no 'oh'. Foi também particularmente arrepiante o pedacinho do tu-tururu!, que é quando toca o instrumento e se calam as vozes. Pá, vamos lá a ver, seria arrepiante se alguém estivesse a ver-me, ou, e principalmente, a ouvir-me. Mas não.
Ia-me esquecendo de pôr a máscara. A bem dizer, esqueci-me. Lembrei-me quando me deparei com pessoas mascaradas. Ah! Não pus a máscara!, pensei eu, e pu-la. Sem pulos.
Desta vez não comprei muitas frutas, cingi-me às pêras vermelha e às laranjas algarvias. Só que o meu vizinho, parecendo até sabedor deste cesto mal cheio, ofereceu-me uma caixa com seis mangas. Se calhar eram sete. Ou oito.
Comprei uma beterraba enorme. Sério, preciso dos dois indicadores e dos dois polegares para a abarcar a toda a volta. Logo que a escolhi pensei: oh, às tantas é sensaborona, de grande que é o sabor dispersa-se ou coisa assim. Resolvi-me a metê-la no forno, enrolada em papel de alumínio, ao mesmo tempo que o bolo. Arrependi-me de não a picar com um garfo, isso acelera o processo. O tempo de cozedura do bolo não foi o suficiente para que a beterraba esteja no ponto certo, mas está quase quase quase cozida. E é doce que se farta. Afinal, os grandes também podem conter doçura em si.
Calhou-me a caixeira amiga. Aquela que é boa onda. A do 'está tudo bem', a do 'isso é que é preciso'. Pronto, coisas assim. Mas de mais coisas: 'ponho contribuinte, amor?', a do 'olhe querida, vai levar a revistinha?'.
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