segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Gina, em relação com Centro Comercial.

Em quiosque calminho, Gina bebericando café - que, diga-se, estava em horrores, estava em arrependimentos pelos setenta cêntimos que havia custado – vem senhor interromper tão importante evento, perguntando a Gina se sabia onde era casa-de-banho. Gina disse 'não sei' e ficou pensando se cara dela era parecida a urinol, se cara dela era amistosa. Gina ficou sem saber. Café mau. Mau, mau.

Em loja de louças e espelhos e almofadas, Gina considera ser não bom que se compre somente única peça de prata, única peça de taça, única peça de toalhete. É que Gina gosta de colecionar. Gina comprou coisa nenhuma.

Em assunto café, novamente, está, por ora, Gina. Dantes, em tempo de Gina visitar Centro Comercial amiúde, loja de ali assim era cafetaria, não loja de bijuteria, relógios, tudo em lindo de morrer.

Gina vai deixar modo abstrato de escrever. Gina está cansada de tom desengraçado. Gina considera ser aborrecido escrever, e ler, assim. Próximo item será em tom costumeiro de Gina.

É deveras redutor haver duas funcionárias à entrada de certas lojas. Embora compreenda que a ideia é receber os clientes, olhem que não é o que pipoca em mim, o que em mim pipoca é que eu me ponha no ir, preferencialmente sem lá entrar, e o mais rápido que conseguir. Oh porra pá, parecem duas estacas. Mesmo. Digo aquelas que há à entrada de certas propriedades, que geralmente são privadas e, se o são, então o bom entendedor entende que não é para transpor a linha imaginária.

Entrei numa loja na disposição de perguntar pela tal maquineta que quero comprar. A funcionária conseguiu o mínimo dos mínimos de simpatia para mim. Não descreio na ideia que obteve ao olhar-me, que sou nada jovem e me apresento de cara lavada – oh, pronto, lá vem esta comprar uma prendinha de Natal para a/o filha/o – e arranjou até um poucochinho de condescendência. Oh vejam lá. Mas ca fofa. E disse-me até onde encontrar a tal maquineta. Porque ali não havia. Pois.

Surpreendi-me imensamente com uma loja de roupas que tinha a parte dos homens em primeiro lugar! Tipo assim a gente a entrar ali e ser só roupa de gajo! Ai q'órror! Pronto, 'tadinhos, né, também não é assim, a gente sempre primeiro, a gente sempre primeiro, a gente sempre primeiro.

Adoro a sensação de iniciar a descida/subida de umas escadas rolantes e ao primeiro toque do pé no patamar, a velocidade aumentar-se-lhes.

Percebi porque é que encontrei 'os homens' primeiro, foi porque a loja é tão mas tão imensa que tem duas entradas. Portanto: que se dedique cada uma a cada um dos géneros é bem pensado.

Comprei duas camisolas. Comprei duas camisolas. Ah. Ah. Comprei duas camisolas, ah. Ah, comprei duas camisolas. Há mais duas camisolas no meu roupeiro sem portas. E com isto desisti de comprar a tal maquineta. Não sem antes ter procurado empenhadamente a loja sugerida aí acima, no texto.

Ai q'órror! Uma pessoa sente-se mais do mesmo se entra numa loja onde encontra numa mesa uma catrefada de camisolas iguais à que traz vestida. Hum. Sei lá, fica-se corriqueira.

Encaminhei-me, diga-se desaustinada, para a porta de saída da porra do Centro Comercial. O sentido em que ia é para sair, não para entrar. Ou então também se entra na rua, sei lá. Ou sei, entra-se. A avenida que tinha que atravessar é complexa, tem quatro faixas que se intercalam em sentidos, é um problema perceber aquela merda. Avancei.

Ponto da situação:
Tenho uma camisola que vou ter que estreitar nos ombros e uma para usar no Ginásio. O ano passado foi o primeiro ano em que me vi obrigada a usar mais uma camisola no Ginásio, isto por entre aulas, ou então no final, quando se pára para alongar. Cheguei aos cinquenta, foi o que foi. E é. E é mais um, cinquenta e um.

Perscrutei o espaço na esperança, enorme e razoável, de encontrar a entrada para o Metro. Parecia alguém vinda de uma pequena aldeia à procura de algo numa grande metrópole. Não verdade é que o que sou, só por dizer que não se nota nada. O segredo para descobrir a entrada seria seguir as pessoas, se muitas forem – quero eu dizer um aglomerado de gente dirigindo-se ao mesmo ponto, na mesma direção - pois, para onde vai muita gente, muita gente quer ir, e uma entrada para apanhar um comboio é coisa de muita gente querer. Mas as pessoas estavam dispersas, se bem que a hora não fosse de asfixia. Ia um homem aos berros com a - presumo que – mãe. Coxa e velha. Enfim. Por fim descobri a almejada entrada, tinha que descer mais um piso e eis que. E sim, aí sim, havia gente aos montes. Percorri parte da estação e sentei-me para esperar cerca de três minutos que chegasse um comboio. Vazio.

Não posso dizer que tivesse saudades de andar de Metro, mas posso dizer que reconfirmei aquela minha questão contrária, a de, quando já no comboio, escolher o banco que me vai fazer viajar de costas.

Depois foi só subir três lanços de escada e abraçar a minha vidinha do costume, sendo imensamente feliz.

Em algumas alturas deste relato lamentei que não estivesse a captar também imagens. Mas enfim, andar por lugares, seja lá quais forem, falando para o telefone, é bem diferente de andar com ele apontado à minha cara, falando e falando. E sim, este post foi, antes de mais, um áudio que gravei enquanto me movia.

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